Quando descobri ano passado que o Rogério Curtura viajaria o país em uma Brasília um pouco fora dos padrões exigidos pelo Detran, pensei comigo mesmo, que ele era um pouco louco. E, para ajudar na imagem que preconceituosamente comecei a formar, descobri que ele levaria seu filho mais velho, e só não levaria o resto da família, seu mulher Françoise Pessoa e o caçula Pablo (na época ainda um garotinho que mal começara a estudar) porque sua esposa não poderia deixar os trabalhos que tinha junto ao Centro de Multimeios. Rogerinho, apelido que ganhou por herdar o nome do pai, teve que parar os estudos para seguir viagem. Rogério-pai, diz que não o forçou a nada, ele teve a chance de escolher. Mesmo achando tudo aquilo uma aventura divertida mas que não deixava de ser louca, vejo agora no espetáculo “20 Anos de Risos”, o quanto essa experiência foi importante para Rogerinho na sua formação de ator. O garoto, que em trabalhos anteriores, já tinha mostrado sua competência no palco aparece agora como um ator mais completo e que promete grandes atuações.
A fila que se alongava no salão de entrada do Museu dos Autonomistas esperava ansiosa por esse espetáculo, que segue a linha circense do grupo. A Turma Do Rufino volta ao palco depois de tempos. A diferença desta apresentação, que ficará em cartaz todos os domingos de janeiro e fevereiro, às 17 horas, no Teatro Hélio Melo, está na divisão feita do espetáculo. Esse, se divide em duas partes, a primeira onde o Palhaço Rufino conta sua história de 20 anos, que está intimamente ligada com a história do seu próprio criador, e a segunda onde já com a turma completa, e um mais novo integrante,o Palhaço Piolhinho ( aquele que no inicio da matéria era apenas um garotinho que estava começando a estudar ) fazem diferentes números circenses em todas as apresentações. Ou seja, todos os domingos podem ser vista números novos.
Em certa parte do show, o Palhaço Rufino, com o pretexto de que precisa enrolar a platéia enquanto os outros arrumam o cenário, explica que não estão ali fazendo uma peça de teatro e sim, um show circense no Teatro. Então não saia de casa pensando em assistir uma peça como “O Circo da Praça”, último trabalho do grupo antes da viagem de Rogério e Rogerinho. Daí, a mudança no espetáculo a cada apresentação. Com um roteiro que se modifica aos olhos do publico, os palhaços do “20 Anos de Risos” conseguem mostrar a sua qualidade circense com atores preparados e uma magia peculiar. Não só de palhaços se constrói o grupo, mas de acrobatas, malabaristas... e a lista cresce todos os domingos quando nos apresentam novidades.
Rogério Curtura, que nunca foi contador de histórias, confessa que essa foi a maior dificuldade de estrear o show. Primeiro por não entender da arte de contar histórias, e segundo que até um dia antes da estréia não tinha o texto decorado. Mas mesmo assim, a contação se dá de forma divertida e interessante, já que além de falar do próprio Rufino, conta sobre suas parcerias com outros palhaços, inclusive com o Tenorino. A interação é quase um pilar do espetáculo, e a parte em que as criança com misto de medo e uma vontade louca de participar, se embaralham frente ao palco, com as mãos ao alto, pedindo para serem escolhidas para o próximo número.
Monociclo, o Caçula Pablo se diverte no palco.
E assim, o show “20 Anos de Risos” se torna um parque de diversões para menores e um momento de relembrança para os maiores, que certamente já se divertiram muito, senão com o Rufino, com o Tenorino, ou com o Carrapeta... e que ainda podem se divertir, agora com a volta da Turma do Rufino. Se eu soubesse que essa viagem traria tantas novidades, certamente teria pedido carona na Brasília “Azulera” do Rogério.
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