E falar sobre o que? Sobre arte, música, teatro, livros, idéias, fotografias. Mais do que isso, falar sobre esses temas sendo produzidos por tantos jovens (de corpo ou espírito, ás vezes os dois, às vezes apenas um) que tivessem o mesmo anseio de movimentar as coisas.
Eram de uma cidade relativamente nova. Não era pequena, mas também não era grande. Chamava-se Rio Branco e estava situada no estado do Acre. Bem no final do Brasil, ou no começo, dependendo de onde você estiver olhando. Terra de Chico Mendes e Imperador Galvez. Lugar onde boêmio é amigo do governador e ganha estátua, corta-se árvore para plantar boi ao mesmo tempo em que florestania é nome, conceito, lema e política. Estado que teve fuso-horário mudado, como se a terra tivesse mudado de lugar.
E no meio disso tudo a cultura foi e está sendo criada. Cultura de identidade, de patrimônio, de historia e de expressões artística. Onde 50 anos, metade de uma vida, é também a metade do estado. Onde as gerações passadas se encontram com o presente e os antigos lutam juntos com os novatos na criação do primeiro sistema municipal de cultura. E é exatamente aquele espírito de mudança que uniu aqueles jovens a fazer um blog que também movimenta estudantes, poetas, atores e músicos para fazer um Sarau Literário em frente ao rio que corta a cidade, na Casa da Leitura Chico Mendes nesta sexta-feira (05). O evento vai contar com declamações, leituras, apresentações teatrais e musicais.
O Bazar Catraia acontece neste domingo, misturando moda, arte, mercado e música.
Também é esse anseio de tentar fazer algo diferente que faz com que o Coletivo de Cultura da cidade realize no domingo (07) um bazar no famoso e antigo clube recreativo da cidade, a Tentamem. Um local de historia, onde dançou governador, pulou carnaval os maiores poetas, boêmios, jornalistas e tantas outras celebridades históricas da cidade. Alem da venda de roupas, óculos, acessórios, livros, CDs, e tantos outros objetos também se apresentam bandas locais.
São jovens de variadas idades que estão à frente dos dois eventos que animam os rio-branquenses neste final de semana. Jovens que ajudam a produzir eventos culturais pela cidade, participam de fóruns e assembleias e discussões culturais. Pessoas que, indo contra o discurso afirmado pelos mais velhos de que os jovens não se interessam e não se importam com nada (que não deixa de ser uma verdade), estão tentando mudar algo. Se não o mundo, pelo menos a cidade, a regional, o bairro ou eles mesmos.
E é sobre isso que vamos falar aqui. Entre tantas outras coisas. Tudo com gostinho de cigarro de cereja. Porque afinal de contas, foi assim que começou: Tudo numa coisa só.
Um comentário:
Vocês tem bons motivos para aspirarem à carreira jornalística e boas definições da cidade. Parabéns!
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